Investir em renda fixa pode parecer intimidante no início, mas entender as diferenças entre CDB, LCI e LCA é o primeiro passo para tomar decisões seguras e rentáveis.
Neste artigo, vamos mergulhar em conceitos, exemplos práticos e comparações que vão te ajudar a escolher o melhor produto de acordo com seu perfil.
Os instrumentos de renda fixa são títulos emitidos por instituições financeiras com objetivos específicos:
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) possui modalidades pré-fixada, com taxa definida no momento da aplicação, e pós-fixada, geralmente atrelada ao CDI.
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) seguem a mesma lógica de prefixação ou pós-fixação, mas têm destinações específicas. Enquanto a LCI apoia projetos do setor imobiliário, a LCA foca no agronegócio brasileiro.
Um dos grandes diferenciais entre esses produtos é a forma de tributação:
O CDB é sujeito à tabela regressiva do Imposto de Renda sobre os rendimentos, com alíquotas que variam de 22,5% (aplicações até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias).
Já LCI e LCA oferecem isenção de Imposto de Renda para pessoa física, tornando-os atraentes para quem busca rendimento líquido mais interessante, especialmente em prazos longos.
Para avaliar o retorno, normalmente a rentabilidade é expressa como um percentual do CDI.
Imagine investir R$1.000 em um CDB que paga 110% do CDI, com a taxa do CDI em 10,40% ao ano. O rendimento bruto será de R$114,40. Após o desconto de 20% de IR (prazo entre 181 e 360 dias), sobra um ganho líquido de R$91,52.
Por outro lado, aplicar R$1.000 em uma LCI ou LCA a 100% do CDI gera R$104,00 de juros, totalmente livres de tributos. Nesse exemplo, o rendimento é superior ao do CDB em termos líquidos.
Portanto, rentabilidade expressa em percentual do CDI nem sempre revela o ganho efetivo, é preciso considerar o imposto.
A liquidez é outro ponto essencial para iniciantes. Existem CDBs com liquidez diária para emergência, permitindo resgates a qualquer momento.
Já LCI e LCA costumam ter prazo mínimo de carência e não oferecem retirada antes do vencimento. Em geral, a carência mínima de noventa dias pode se estender por meses, dependendo do emissor.
Quem precisa de flexibilidade imediata deve priorizar CDBs com liquidez diária, enquanto quem planeja manter o dinheiro investido por longo prazo pode aproveitar o benefício fiscal das LCIs e LCAs.
Todos esses títulos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$250.000 por CPF e por instituição financeira, até o limite de R$1 milhão a cada quatro anos.
Essa cobertura traz tranquilidade para pequenos e médios investidores, reforçando a garantia do Fundo Garantidor de Créditos como um colchão de segurança.
Mesmo assim, é recomendável diversificar aplicações em diferentes bancos para não concentrar todo o recurso em uma única instituição.
Esses produtos são recomendados para perfis conservadores que buscam previsibilidade e segurança.
Para quem nunca investiu, entender o próprio objetivo e horizonte é fundamental antes de escolher o melhor ativo.
Em 2025, a taxa Selic está em 13,25% ao ano e o CDI em 13,15%. Esse patamar ainda torna atrativos CDBs, LCIs e LCAs.
Para que um CDB supere efetivamente uma LCI ou LCA isenta, ele deve oferecer acima de 105% do CDI. Já propostas acima de 110% do CDI são comuns em bancos menores, mas exigem atenção ao limite do FGC.
É importante avaliar a solvência do emissor e diversificar entre instituições maiores e menores, sempre respeitando o limite de cobertura.
Com essas orientações em mãos, você estará pronto para desbravar o universo da renda fixa e construir uma carteira alinhada aos seus objetivos financeiros.
Referências