Na busca por novas oportunidades de renda fixa, investidores brasileiros têm se voltado aos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA). Esses títulos, além de oferecerem rendimentos isentos de IR (até meados de 2025), promovem a diversificação de portfólio e o apoio a setores vitais da economia.
Este artigo detalha o funcionamento, os benefícios, os riscos e as estratégias para investir nessas alternativas, trazendo orientações práticas e atualizadas.
O CRI é um título de renda fixa privado emitido por securitizadoras, lastreado em créditos imobiliários que podem envolver operações residenciais ou comerciais. Já o CRA segue a mesma estrutura, mas seu lastro são direitos creditórios do agronegócio, provenientes de produtores, cooperativas e empresas do setor rural.
Em essência, os investidores compram direitos de recebíveis originados dessas cadeias produtivas e, em troca, recebem juros e amortização do principal no prazo contratado.
O processo envolve três etapas principais:
1. A securitizadora adquire direitos creditórios de contratos imobiliários ou agrícolas;
2. Emite os títulos CRI ou CRA, oferecendo-os ao investidor;
3. O investidor recebe pagamentos periódicos, seja em juros ou amortização do principal.
Até junho de 2025, os rendimentos de CRI e CRA eram completamente isentos de tributos federais para pessoas físicas, o que tornou esses produtos muito atraentes frente a alternativas como CDBs e Tesouro Direto. A isenção elevava a rentabilidade líquida superior ao mercado, especialmente quando comparada a títulos com alíquotas de IR progressivas.
Entretanto, uma Medida Provisória publicada em junho de 2025 instituiu uma alíquota de 5% sobre rendimentos de novas emissões de CRI, CRA, LCI, LCA e debêntures incentivadas. Investimentos realizados até a data da mudança mantêm as condições anteriores, mas o investidor deve acompanhar eventuais alterações na legislação para planejar a melhor estratégia.
Conhecer os pontos fortes e as limitações é fundamental antes de alocar recursos em CRI e CRA.
No prefixado, a taxa é fixa no momento da compra. No pós-fixado, a remuneração é atrelada a índices como CDI ou IPCA. A modalidade híbrida combina componente fixa e correção monetária (por exemplo, IPCA + 2% ao ano). Cada formato atende a cenários diferentes de inflação, juros e expectativas de mercado.
Esses certificados costumam ter prazos médios a longos, variando de 2 a mais de 10 anos, e exigem valores mínimos que podem começar em R$ 1.000 ou ultrapassar R$ 5.000, dependendo da oferta. É recomendável verificar rating dos emissores, fluxo de pagamentos, condições de amortização e possibilidade de recompra antecipada antes de decidir.
Para manter conformidade com a Receita Federal, siga os passos abaixo:
Originalmente destinados a investidores qualificados, os CRI e CRA têm se expandido por meio de plataformas digitais que permitem valores mínimos acessíveis. Mesmo assim, é importante ter clareza sobre o perfil de risco e o horizonte de investimento antes de aplicar.
Para quem busca diversificar a carteira, apoiar setores estruturantes e aproveitar condições fiscais, entender a dinâmica desses títulos é essencial. Para planejar seus investimentos, avalie a segurança do emissor, o cenário econômico, monitore mudanças legislativas e defina a liquidez conforme sua necessidade.
Em um mercado em evolução, educação financeira continuada e especializada e acompanhamento de especialistas podem fazer a diferença entre uma estratégia bem-sucedida e surpresas indesejadas. Ao dominar conceitos e práticas de CRI e CRA, o investidor ganha confiança para compor um portfólio sólido, diversificado e alinhado com objetivos de longo prazo.
Referências