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CRI e CRA: Investimentos Imobiliários e do Agronegócio com Isenção de IR

CRI e CRA: Investimentos Imobiliários e do Agronegócio com Isenção de IR

11/08/2025 - 19:04
Bruno Anderson
CRI e CRA: Investimentos Imobiliários e do Agronegócio com Isenção de IR

Na busca por novas oportunidades de renda fixa, investidores brasileiros têm se voltado aos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA). Esses títulos, além de oferecerem rendimentos isentos de IR (até meados de 2025), promovem a diversificação de portfólio e o apoio a setores vitais da economia.

Este artigo detalha o funcionamento, os benefícios, os riscos e as estratégias para investir nessas alternativas, trazendo orientações práticas e atualizadas.

Conceito e Definição

O CRI é um título de renda fixa privado emitido por securitizadoras, lastreado em créditos imobiliários que podem envolver operações residenciais ou comerciais. Já o CRA segue a mesma estrutura, mas seu lastro são direitos creditórios do agronegócio, provenientes de produtores, cooperativas e empresas do setor rural.

Em essência, os investidores compram direitos de recebíveis originados dessas cadeias produtivas e, em troca, recebem juros e amortização do principal no prazo contratado.

Como Funcionam

O processo envolve três etapas principais:

1. A securitizadora adquire direitos creditórios de contratos imobiliários ou agrícolas;

2. Emite os títulos CRI ou CRA, oferecendo-os ao investidor;

3. O investidor recebe pagamentos periódicos, seja em juros ou amortização do principal.

Isenção de IR e Mudanças Recentes

Até junho de 2025, os rendimentos de CRI e CRA eram completamente isentos de tributos federais para pessoas físicas, o que tornou esses produtos muito atraentes frente a alternativas como CDBs e Tesouro Direto. A isenção elevava a rentabilidade líquida superior ao mercado, especialmente quando comparada a títulos com alíquotas de IR progressivas.

Entretanto, uma Medida Provisória publicada em junho de 2025 instituiu uma alíquota de 5% sobre rendimentos de novas emissões de CRI, CRA, LCI, LCA e debêntures incentivadas. Investimentos realizados até a data da mudança mantêm as condições anteriores, mas o investidor deve acompanhar eventuais alterações na legislação para planejar a melhor estratégia.

Vantagens e Desvantagens

Conhecer os pontos fortes e as limitações é fundamental antes de alocar recursos em CRI e CRA.

  • Taxas geralmente acima de CDBs e títulos públicos;
  • Exposição a setores estratégicos da economia brasileira (imobiliário e agronegócio);
  • Benefício fiscal para aplicações anteriores a junho de 2025;
  • Opção de estruturas prefixadas, pós-fixadas e híbridas.
  • Possibilidade de inadimplência de emissores ou devedores;
  • ausência de cobertura do FGC, exigindo análise cuidadosa dos emissores;
  • liquidez limitada e desafiadora no mercado secundário;
  • Vulnerabilidade a variações nos setores imobiliário ou agrícola.

Modalidades de Rentabilidade

No prefixado, a taxa é fixa no momento da compra. No pós-fixado, a remuneração é atrelada a índices como CDI ou IPCA. A modalidade híbrida combina componente fixa e correção monetária (por exemplo, IPCA + 2% ao ano). Cada formato atende a cenários diferentes de inflação, juros e expectativas de mercado.

Detalhes Operacionais

Esses certificados costumam ter prazos médios a longos, variando de 2 a mais de 10 anos, e exigem valores mínimos que podem começar em R$ 1.000 ou ultrapassar R$ 5.000, dependendo da oferta. É recomendável verificar rating dos emissores, fluxo de pagamentos, condições de amortização e possibilidade de recompra antecipada antes de decidir.

Comparação com Outros Instrumentos

Como Declarar no Imposto de Renda

Para manter conformidade com a Receita Federal, siga os passos abaixo:

  • Guarde informes de rendimentos de cada securitizadora;
  • Na aba “Bens e Direitos”, selecione o código referente a títulos isentos;
  • Informe saldo em 31/12 de cada ano e dados da instituição;
  • Na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, registre os ganhos sem gerar imposto.

Público-Alvo e Considerações Finais

Originalmente destinados a investidores qualificados, os CRI e CRA têm se expandido por meio de plataformas digitais que permitem valores mínimos acessíveis. Mesmo assim, é importante ter clareza sobre o perfil de risco e o horizonte de investimento antes de aplicar.

Para quem busca diversificar a carteira, apoiar setores estruturantes e aproveitar condições fiscais, entender a dinâmica desses títulos é essencial. Para planejar seus investimentos, avalie a segurança do emissor, o cenário econômico, monitore mudanças legislativas e defina a liquidez conforme sua necessidade.

Em um mercado em evolução, educação financeira continuada e especializada e acompanhamento de especialistas podem fazer a diferença entre uma estratégia bem-sucedida e surpresas indesejadas. Ao dominar conceitos e práticas de CRI e CRA, o investidor ganha confiança para compor um portfólio sólido, diversificado e alinhado com objetivos de longo prazo.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson