A venda a descoberto permite aproveitar as quedas do mercado e diversificar suas estratégias financeiras.
A venda a descoberto é uma operação em que o investidor vende um ativo que não possui, esperando recomprá-lo por um preço menor. Essa prática possibilita lucrar com a desvalorização de ativos, seja em ações, moedas ou outros instrumentos financeiros.
Para isso, o investidor precisa alugar ações de outro participante do mercado, pagando uma taxa de aluguel, realizar a venda no mercado e, depois, recomprar para devolver ao locador. A diferença entre venda e recompra, após custos, representa o ganho ou prejuízo.
O processo de short selling envolve etapas claras e sequenciais. Veja como acontece, passo a passo:
Exemplo prático: alugue 100 ações a R$100 cada e venda por R$10.000. Se o preço cair para R$80, recompre por R$8.000. Após devolver as ações, seu lucro bruto é de R$2.000, antes de comissões e taxas.
Além de oferecer possibilidade de lucrar em mercados de baixa, o short selling desempenha um papel importante como hedge. Investidores com posições compradas podem se proteger contra quedas do mercado, equilibrando riscos.
Essa estratégia também contribui para a formação de preços mais eficientes e traz liquidez, pois expressa opiniões negativas sobre ativos e ajuda a ajustar avaliações.
Embora atraente, a venda a descoberto envolve perigos significativos. É fundamental compreender cada um deles antes de operar.
Considerar custos extras, como taxas de corretagem, aluguel e eventual compensação de dividendos ao locador, é indispensável para avaliar a viabilidade da operação.
Um dos episódios mais marcantes de short squeeze ocorreu com as ações da GameStop em 2021, quando pequenos investidores coordenados reverteram posições vendidas de grandes fundos. Outro caso memorável foi o da Volkswagen em 2008, que se tornou a ação mais valiosa do mundo por um breve período devido a recompras forçadas.
No Brasil, o volume de aluguel de ações na B3 tem crescido consistentemente. Papéis liquidez alta e alta volatilidade, como os de grandes bancos e empresas de commodities, são frequentemente alvos de operações vendidas.
Dica 1: Tenha disciplina e estratégia bem definida. Defina metas de lucro e limites de perda antes de abrir posições.
Dica 2: Utilize ordens de stop loss para limitar prejuízos e evite surpresas em cenários voláteis.
Dica 3: Monitore continuamente o custo do aluguel e os prazos para devolução das ações.
Dica 4: Evite operar vendido em ativos de baixa liquidez ou concentrar toda a posição em um único papel.
Aluguel de ações: Contrato em que um investidor empresta suas ações a outro mediante taxa.
Curto (Short): Posição vendida, apostando na queda dos preços.
Margem de garantia: Valor depositado como colateral para cobrir possíveis perdas.
Short squeeze: Movimento brusco de alta que força recompras de posições vendidas.
Hedge: Estratégia de proteção contra riscos adversos de mercado.
Stop Loss: Ordem automática para limitar perdas em um nível predefinido.
Referências